Sabemos que o homem é um ser, por si só, incoerente. Ao mesmo tempo em que evoluiu para seguir uma vida em sociedade, torna-se cada vez mais individualista. O individualismo, por sua vez, é causa direta do alto nível de socialização em que vivemos.
O sistema, criado desde inicio dos tempos, quando tempo nem era tempo, forçava nossa espécie a se unir em tribos para sobreviver a todas as adversidades. Era de suma importância preocupar-se com o bem estar do vizinho, pois a sobrevivência de um certamente dependeria da sobrevivência do outro e de modo geral, a sobrevivência de todos significa a sobrevivência e evolução do sistema.
Conforme a sociedade evoluiu, o sistema se modificou exigindo níveis de cooperação cada vez mais altos – a cooperação aqui trata de trabalho conjunto para um bem comum, nada semelhante a pegar bilhões e jogar (fora) na África, como muitos pensam hoje. Junto a essa evolução, a massa, se multiplicou, exigindo uma série de regalias (alimento, saúde, educação, entre outras banalidades). Para atender a isso, o sistema forçou maior cooperação, que por sua vez gerou mais pessoas e mais fome e mais cooperação ad infinitum.
Mas os componentes do sistema (humanos) têm limites. A sociedade globalizada fez com que um indivíduo não vivesse mais imerso apenas numa tribo, e sim num aglomerado de tribos. Se as pessoas se importassem com todos à sua volta, não teriam tempo para se preocupar consigo mesmas. Caso isso ocorresse, o indivíduo cairia em falha, e não ajudaria na manutenção do sistema. O sistema exige a globalização que exige o individualismo que "quer que você se foda".
Resumo da ópera, o sistema se tornou auto-suficiente, agora já não precisa mais do ser humano. Tornando o mundo desregrado, com valores efêmeros. Essa inversão de valores é reflexo do tufão do capitalismo e globalização. E precisamos urgentemente sermos reeducados a conviver com harmonia como uma civilização igualitária e mais humana.
"É um grito solitário no meio da multidão."