terça-feira, 25 de setembro de 2018

O pior do homem

Cara, tem coisas acontecem comigo por um motivo que eu ainda não entendo. É algum karma, uma praga ou sei lá...



Dessa vez eu estava na fila do mercadinho do bairro para por crédito no celular.

Na minha frente estava um senhor visivelmente matuto. Daqueles do interior que contam as mais loucas histórias da vida dele antes de concluir o que foi fazer.

Nessa eu já tinha respirado fundo e me conformado em esperar (óbvio).

O atendente que também é um senhor grisalho entrou na ‘nóia’ do cliente e os dois tiraram uma prosa antes do caralho do sinal da máquina dar vida.

Eis que o criente solta:

- você lembra aquele caso do empresário que foi pego em flagrante com a ‘dimenor’ no motel?

O atendente responde:

- Pow, eu lembro. Mas olha, vou te contar uma coisa: eu sou totalmente contra esse negócio de estupro, de assédio, mas...

Quando ele soltou esse MAS meu coração palpitou, eu fechei os olhos e só aguardei – até porque não dava tempo de sair correndo dali.

...ninguém se controla com uma novinha dessa na tua frente, né? Já pensou ela toda nua só pra ti?

O outro riu. Eles entraram numa discussão do que poderiam ou não fazer de maneira carinhosa com a ‘novinha’ pra amenizar o horror da coisa, eu acho.

Nesse momento eu entrei no modo automático e última coisa que lembro é de sentir o estômago embrulhar.

Não consegui nem esperar a minha vez. Enquanto saia de lá, só lembro do atendente me perguntando o que eu queria.


Aí eu pergunto, como que as pessoas tem coragem de externar esse tipo de pensamento para o mundo sem sentir vergonha ou algo do tipo?





Isso me entristece.


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O NOVO VELHO


Outro dia na fila do pão ainda meio sonolento descobri da uma maneira bem cruel que sou velho. Atrás de mim havia uma mulher com um casal de filhos também aguardando pra pagar o pão.

Nessa eu me vi obrigado a ouvir a conversa entre eles. (Eu não reclamo de verdade, até porque presenciar essas coisas me dão boas histórias).

A maior parecia ter uns 5 ou 6 anos. Puxou o braço da mãe e perguntou:

- Mããããããe, falta muito pra eu crescer? Eu quero não quero ir pra aula.

A mãe muito calma respondeu com um leve sorriso no rosto:

- Sim, minha filha. Falta muito pra você crescer e sim você VAI para a escola.

A menina cruzou os braços emburrada e lá ficou com um bico de meio metro.

O mais novo que parecia nem dar confiança pro papo entre elas, pensativo e com os olhos vidrados na direção do setor de iogurtes soltou:

- Quando eu for bem velhinho e tiver trinta anos eu vou poder comprar o que eu quiser...

Nesse exato momento a minha vez chegou e a moça do caixa me chamou.

Eu apenas fui atônito pagar meu pão, pensar na vida e saí de lá lembrando que eu tenho 31 anos.



sexta-feira, 14 de setembro de 2018

ELEIÇÕES 2018


As palavras chaves são: discurso, ideologia, contexto político-social, compreensão (ou não), relação humana, identificação (ou não).

Vamos lá!

Nós sabemos que o discurso em si é construído com base no contexto social de cada um.

Em resumo, a ideologia por trás de um discurso reflete diretamente as características sociais no qual o ser humano foi inserido, viveu ou sofreu – até porque a gente não sabe o que se passou na vida dele.

Levando isso em consideração eu acho que nós, e digo ‘nós’ me incluindo obviamente, deveríamos analisar o discurso propriamente dito de uma maneira mais séria. Principalmente nesse contexto de eleições, predileções e falta de vontade de viver da maioria. Pode ser difícil, mas vai que da certo.

ANOTEM!



O dia é 14 de setembro de 2018. Faltam 22 dias para a eleição do próximo presidente do Brasil. Ser que vai nos representar por mais quatro (4) longos e sofridos (ou não) anos. Estamos numa situação de crise, recuperando o fôlego de uma situação econômica crítica. Sobrevivendo. Cada braçada ou pernada é sofrida. Muitos tiveram que se reinventar nesse processo.

E existe um candidato em especial que representa a revolta do brasileiro nesse momento! Sim representa, mas só a postura porque as ideologias são outras.



E é aí que entra a poHa da análise do discurso bem feita, sabe?

Até porque para se ter sentido na comunicação são necessárias três coisas:

  • Emissor – [OK] O candidato existe emitindo sua revolta, a revolta do povo.
  • Recepção –[OK] Temos nossa sociedade recebendo essa revolta. Demonstrando apoio.
  • Compreensão –[NÃO] Não temos compreensão da sociedade pra mensagem o candidato enviou.




E EU ACHO UM ABSURDO O CIDADÃO AINDA NÃO SABER ESCOLHER SEU CANDIDATO!!!



Principalmente porque parte da nossa sociedade é feminina.



E esse candidato em questão tem um discurso maravilhoso pra essa fatia esmagadora brasileira que são as mulheres.

Na verdade nem tem um discurso, mas sim uma postura que é inadequada.

Eu preciso dizer que me toca o modo como ele fala, trata e lida com as mulheres. A pessoa está se candidatando para o cargo máximo de gestão de um país. O presidente é uma referencia pra muitas pessoas. O modo de pensar, falar, o que ele é na vida dele, os gestos, as palavras e os pensamentos que ele propaga como chefe máximo de uma nação atinge a todos nós.

Não é porque eu não sou mulher que eu não me incomodo com o discurso que ele tem frente à sociedade. Na pizza de análise dos presidenciáveis, pra mim, é só mais uma fatia jogada no lixo. Mais uma certeza que ele não me serve e não representa.

Discurso radical contra a violência, contra as drogas, contra a pobreza, contra o caralho a quatro qualquer um tem. A diferença está no modo que essa atitude pode ser digerida ou não pela sociedade.

Afinal quem diz XÔ quando você quer comer uma galinha?


terça-feira, 12 de julho de 2016

Nós somos toscos!

Acho que sociedade brasileira está passando por um momento bem importante na atualidade que é de desconstrução. Desconstrução de pensamento, desconstrução de preconceito, desconstrução da informação, desconstrução da alienação, desconstrução de costumes e rotinas dentre várias. E talvez seja por isso que haja tanta raiva, rancor e ódio porque, na conjuntura atual, o bombardeio de informação nos faz ter um senso autocrítico ao ponto de nos descobrirmos racistas, preconceituosos, bairristas, alienados, desinformados, ou seja, tudo aquilo que acreditávamos não ser. E essa redescoberta faz com que o ser humano sinta que está sendo deixado para trás na evolução do pensamento, no caminhar da vida. E pode causar todos esses sentimentos ruins pelo simples fato de não aceitarmos sermos assim, fazendo que esse reflexo do nosso lado ruim seja projetado no próximo que de alguma maneira é ou pensa diferente.

Em resumo, ter esse olhar autocrítico e descobrir que somos toscos, no sentido figurado da palavra, causa desconforto e projetamos nosso rancor de nós mesmos nos outros.


Será que tem algum antídoto para algo assim na humanidade?


Pense fora da caixa!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Preconceito.

É meu povo,  ele existe de fato!  E ELE  está  disfarçado de um sorriso, um tapinha nas costas ou até mesmo de uma figura fraterna sanguínea ou escolhida. E eu não estou falando - somente - de falsidade,  eu TÔ  falando de uma soma pior,  o preconceito.  Por incrível que possa parecer,  e por mais absurdo que seja,  existem os pseudos liberais policamente corretos,  que são os mais perigosos na minha opinião. Aqueles que disfarçam seu preconceito sem deixar de declará-lo,  divugá-lo e/ou defendê-lo. Sabe aquele comentário inofensivo,  ou aquela piadinha oportuna que não passa de uma agressão fundamentada em cima da liberdade de expressão e livre-arbítrio? Pois é, essa agressão gratuita embrulha o meu estômago. Porque tudo isso não passa de um preconceito passivo agressivo que pode,  por muitas vezes,  ferir mais do que aquele dedo indicador e nervoso sendo apontado na cara da vítima. Então meus caros  fiquem atentos àquela conjunção adversativa de três letras - MAS - seguindo uma frase do tipo: "Eu não tenho nada contra, MAS... ".  ou "Eu tenho vários amigos gays,  MAS...".
E sabe qual é o melhor remédio pra isso? Não,  não é um murro na cara,  um dedo no olho ou um Vai tomar no Cu. O remédio é ignorar e deixar que a pessoa morra lentamente sufocando com sua própria ignorância,  enquanto o torturador contratado,  devidamente encapuzado,  arranca todas as unhas,  dedo a dedo,  com um grito agudo de dor a cada arrancada,  pingando gotas de ácido a cada 2 minutos nos olhos enquanto o sangue desce à cabeça por estar pendurado de cabeça para baixo.

Confesso que tenho meus PRÉ-conceitos. Mas todos guardo para mim.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O Retorno.

Oi. Há tempos que eu não entrava aqui. Quase nem sei por onde começar. Bom, nesses últimos anos minha vida se tornou muito diferente de antigamente. Em resumo eu cresci (leia-se envelheci), tentei evoluir, adquiri responsabilidades, me formei em direito e não exerço a função por escolha própria, tenho um empreendimento no ramo gastronômico  (Restaurante) voltado para a culinária local, sai da casa de mamãe e agora tô aqui escrevendo esse texto. Tava lembrando por esses dias que havia criado um blog voltado para as minhas crônicas diárias, divertidas ou não, pois bem, estou aqui para voltar a escrever. Lembro que isso me acalmava de certa maneira, então retomei o blog como uma terapia e entre meus peixes e pepinos vou contando um pouco do que vivêncio.

domingo, 25 de setembro de 2011

Crônicas de um elevador - Aventura de Sexta

Seria trágico se não fosse cômico! Claro que não poderia deixar de passar mais uma aventura do cotidiano.

Como todos sabem sexta é o dia mais esperado da semana para muitos. O dia que você vai se reunir com os amigos naquele happy hour, falar mal do seu chefe, beber e quem sabe se dar bem com aquela pessoa que abala teu coração.

Mas a minha sexta-feira foi diferente (tinha que ser diferente). Eu já devo ter comentado que trabalho num prédio antigo no centro da cidade e conseqüentemente os elevadores também são e vivem dando problema.

Pois é, já imaginam. Nem resumo na saída do escritório, feliz por ser sexta-feira fico preso no elevador e como se não fosse o bastante o elevador vai parar no poço porque é velho e não por peso extra. Eu e mais 5 pessoas ficamos vendo o piso do térreo na direção das nossas testas com a porta do elevador aberta.

Confesso que o susto foi grande no inicio. O desespero foi maior quando a bateria do meu celular morreu e eu fiquei incomunicável. Sem poder falar com ninguém tive que ficar olhando para cara das outras 5 pessoas enquanto o socorro vinha.

Enfim, aprendi duas coisas: uma que não quero ser amigos das outras pessoas do prédio. Eles são chatos! Outra que descobri o papel da ascensorista no elevador e o motivo do humor nada atraente da Dona Branca, ela já passou varias vezes por isso.