sábado, 7 de maio de 2011

Crônicas de um elevador - Dona Branca

Há pouco tempo estou trabalhando numa empresa localizada no centro da cidade. O escritório fica no décimo terceiro andar de um dos prédios mais antigos, no qual existem três elevadores: o primeiro faz todos os andares, o segundo faz do primeiro ao décimo primeiro e o terceiro faz do décimo segundo ao décimo nono. E cada tem seus respectivos controladores.

Por questões de praticidade, logística e por muitas vezes eu estar atrasado, sempre pego o terceiro que vai ao 13º mais rápido, pelo menos pra mim. E nele tem a controladora chamada Branca, ou Dona Branca. Que é uma senhora de poucas palavras e por conta da idade (quero crer) um pouco rabugenta.


Algo me leva a crer que ela deve ter sido uma fã incontestável de Star War por usar um penteado modernizado da princesa Leia, aqueles coques trançados e enrolados ao lado da cabeça. Com uma maquiagem um tanto extravagante tentando esconder as rugas e as manchas do rosto, consigo imaginar a historia de vida dela, mas não por muito tempo.


Outro dia tentando puxar assunto além do BOM DIA que desejo sempre sem obtenção de resposta, com alguns cochichos aqui e outros ali, descobri que ela tem mais de 15 anos de controladora e já foi casada 5 vezes. E o que mais me assustou foi descobri que ela também é viúva 5 vezes (sinta MEDO!).


Apesar dela dar conta da vida de todos do prédio, ser rabugenta, mal humorada ela conseguiu deixar a marca registrada e todos, ou pelo menos a grande maioria, gostam dela. Até eu to começando a sentir algo além de medo da velhinha.

Alias, aposto que todos temos uma Dona Branca em nossas vidas. Tô certo ou to errado?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Força Feminina!


Outro dia havia comentado na postagem “O fantástico mundo de Maria!” o quanto me fascina os ícones do sexo feminino. E hoje voltando do trabalho em mais um dos devaneios para me desligar da realidade que me cercava, uma jovem moça me fez despertar para algumas coisas que a humanidade está esquecendo.

Num calor digno de fim do mundo, rodeada por pessoas totalmente estranhas e alienadas aos acontecimentos em volta (isso me inclui), num transporte coletivo de fazer inveja a qualquer município do mundo (tom irônico), uma moça começa a passar mal do meu lado.


E como num filme onde as pessoas despertam para a realidade logo percebi várias mulheres ajudando e se preocupando. Daí apareceu como se brotassem do nada água, toalhas e abanadores. E eu atônito me limitei em segurar a mão da moça e conversar, alias era a única coisa que eu poderia fazer.

Na conversa descobri que ela estava grávida de 5 meses e nem parecia, que seu nome era Márcia, tinha 28 anos e era sua primeira gestação, descobri que ela é minha vizinha e que mora uma rua antes da minha.

Depois do susto com todos mais tranqüilos (isso me inclui), acompanhei-a até a casa que não é nada longe da minha e conversei mais pra mantê-la tranqüila (isso me inclui). Ela parou, perguntou meu nome, me deu um beijo no rosto, um abraço e me agradeceu.

E o que isso tem haver com a humanidade? TUDO! A humanidade está esquecendo-se de ser solidaria, humilde e de se importar com o próximo e só lembra da sua humanidade na DOR ao invés de se concentrar no AMOR. E qual alternativa temos para lutar contra? Temos a alternativa de ACREDITAR! Acreditar que podemos ser mais do que somos.


Pode parecer meio clichê, por conta do dia das mães que está próximo mas eu acredito! Acredito que um caminho para mudarmos está na mulher. O homem, por várias gerações errou e temos provas disso então porque não dar chance para a mulher?

Por isso que cada vez mais eu admiro essa criatura da natureza que fascina e tem um poder capaz de destruir o homem.